Economia verde chega aos 5 biliões de dólares, segundo o Fórum Económico Mundial
A estimativa classifica o sector como o segundo mais dinâmico do mundo, com receitas crescentes e maior oferta de emprego, aponta José Roberto Colnaghi
SãO PAULO, SãO PAULO, BRAZIL, December 10, 2025 /EINPresswire.com/ -- A COP30, realizada em novembro em Belém do Pará, no Brasil, terminou sem um resultado concreto. Houve avanços reais em alguns aspetos, sobretudo no que diz respeito à adaptação às alterações climáticas, mas não foi possível alcançar um acordo sobre pontos básicos, como a eliminação do uso de combustíveis fósseis. O debate mantém-se vivo até a próxima COP, que terá lugar na Turquia, em 2026. Ainda assim, os temas ambientais continuam em destaque a nível global e a agenda ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governance), usada para avaliar práticas sustentáveis e responsáveis das empresas, ganha cada vez mais relevância.O Fórum Económico Mundial afirma que o dinamismo da economia verde só fica atrás do sector tecnológico. Num relatório recentemente divulgado, a instituição estima que a chamada “green economy” já atinja 5 biliões de dólares por ano e deverá alcançar 7 biliões até 2030. Segundo o documento, em média, as receitas verdes crescem ao dobro da velocidade das receitas convencionais, as empresas que atuam no segmento têm acesso a recursos mais baratos e tendem a ser mais bem avaliadas no mercado de capitais.
“Esta é uma agenda incontornável, é para onde o mundo caminha”, avalia José Roberto Colnaghi, presidente do Conselho de Administração da holding Colpar Brasil, que tem negócios em vários sectores, como indústria, agropecuária e urbanismo. “As empresas que não tiverem a sustentabilidade como um eixo transversal ao negócio perderão espaço”, complementa Colnaghi.
Investimento em títulos verdes
Nas finanças, o movimento é evidente. Antes visto como um nicho, os fundos ESG tornaram-se uma força importante no mundo financeiro global, está a atrair biliões de dólares. Segundo a Fortune Business Insights, empresa de inteligência de mercado e consultoria, o mercado global de investimentos ESG foi avaliado em 39 biliões de dólares em 2025 e deverá atingir 125,17 biliões até 2032, está a crescer a uma taxa média anual composta de 18,1%.
O avanço é impulsionado pelo aumento da preocupação da sociedade com estes temas, o que leva empresas a adotar práticas sustentáveis e a emitir títulos verdes, sociais e de sustentabilidade, que ultrapassaram 160 mil milhões de dólares em 2023. Segundo a pesquisa global de investidores da PwC, 79% dos investidores consideram riscos e oportunidades ESG ao tomar decisões de investimento.
Investidores institucionais, como fundos de pensões, seguradoras e governos, dominam atualmente o mercado, mas espera-se que o segmento de investidores individuais ganhe força nos próximos anos.
“A agenda ambiental abre um enorme horizonte económico, que se manifesta nas finanças, mas também na economia real, com a necessidade, por exemplo, de contratar profissionais com competências verdes”, acrescenta José Roberto Colnaghi.
E a procura por esses trabalhadores tem crescido mais do que a oferta. De acordo com o relatório Global Green Skills Report 2023, do LinkedIn, entre 2023 e 2024 a procura por profissionais com competências sustentáveis aumentou 11,6%, enquanto o número de trabalhadores sem essas qualificações cresceu apenas 5,6%.
Redução de Gases com Efeito de Estufa
São empregos em áreas diversas, como agricultura regenerativa e sustentável, energias renováveis, saneamento, reciclagem, entre outros. “O importante é que o trabalho desempenhado contribua para a redução das emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE), para a preservação dos recursos naturais e para o avanço da transição ecológica”, avalia José Roberto Colnaghi.
Atualmente, o Brasil contabiliza 6,8 milhões de empregos verdes com vínculo formal, o que representa 9% do total, dos quais 30% são jovens entre os 14 e os 29 anos, segundo um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) sobre o tema.
Na COP30, os empregos verdes estiveram em destaque, com a apresentação de projeções para os próximos anos. A pesquisa “Diversidade económica, comercial, humana e financeira para a transformação ecológica do Brasil”, do Instituto Aya e da Systemiq, estima que poderão ser gerados até 10 milhões desses postos de trabalho no país até 2030.
Já o estudo “Empregos do Futuro no Brasil: Transição Justa para Economias de Baixo Carbono”, da Agenda Pública em parceria com a Fundação Grupo Volkswagen, é menos otimista. Calcula 7,1 milhões de postos de trabalho verdes até ao final da década, mas projeta 15 milhões até 2050.
PIB da bioeconomia
Além disso, há o potencial da bioeconomia, que tem mostrado a sua força. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) calcula que o PIB da bioeconomia brasileira alcançou, em 2023, 2,7 biliões de reais, o equivalente a um quarto do PIB do país. A bioindústria é a atividade de maior representatividade económica, com 1,8 biliões, seguida da bioeconomia primária com 1,1 biliões.
Entram no cálculo do PIB da bioeconomia atividades como agricultura, pecuária, extrativismo vegetal, pesca e aquicultura, alimentos e bebidas, celulose e papel, têxteis, biocombustíveis, produtos do tabaco, além de partes das indústrias de vestuário, calçado, madeira, farmoquímicos, borracha e plástico, mobiliário e energia elétrica.
“Detentor de vastas riquezas naturais e de uma imensa biodiversidade, o Brasil tem tudo para ser um player importante na bioeconomia global, que tem crescente relevância económica e, além de tudo, é o futuro”, conclui José Roberto Colnaghi.
Silvania Dal Bosco
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